sábado, 23 de abril de 2011
Je Te Veux
I
Firmo meus pés no chão
Para que os teus possam flutuar em um mundo de sonho
Tua tez é tão úmida quanto o saudoso vento da minha infância
É do âmago da sua carne que extraio meus mais valiosos sonhos
Tuas mãos inseguras seguram o fio da minha vida e nem percebes
A pálida luz alumia seu pequeno corpo de forma tão pura
Que me faz sentir menos maldito
Embora eu não mereça o céu, eu te acompanharia até lá
Se me fosse possível
Eu quero sofrer as piores torturas
Quero morrer mil vezes
Para te privar de sentir uma gota sequer do amargor da vida
Não há a métrica, não há mais palavras
Há somente uma tarde de verão imaginária
Em que passamos juntos
Durma, durma para que nossos sonhos sejam ligados
Enquanto eu pego as poucas estrelas do céu
Para forrar o chão em que você poria os pés quando acordasse
Cada suspiro seu me é uma respiração inebriante
Me sinto a um passo além da existência
Um passo para a alcova que me domina
Que me apaga sem me riscar
Que me desata
Sem a vida perceber
II
Eu sou uma pequena imagem borrada
Uma imagem que sonha com você dia e noite
Um clarão de poucas luzes
E um céu de poucas estrelas
Tenho uma rendição resguardada em minha sombra
Mas não posso usá-la
Porque eu não posso parar de sonhar
Eu quero sentir suas dores
Para que você não saiba que elas existam
Eu quero devorar o tempo
Para que você não o sinta passar
Quero bater minha asa
Para que você saiba o que é a brisa de verão
Eu quero desenhar as cores com a treva do meu ser
Para que teu mundo nunca seja incolor
Quero ser da chuva as pequenas gotas gélidas
Que tingem sua alma de uma alegria indescritível
Quero ser cada palavra que repousa no seu desconhecimento
E quando chegar a sua noite de rendição
Quero estar no seu lugar
Para que eu receba a sua punição
E assim sua alma regozige no céu sem amargor
By: Bruno
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Acho que é um dos meus poemas favoritos,muito lindo,toca no fundo do coração.Mais uma vez parabéns.
ResponderExcluirBeijos Kizzy.