Ó florações ebúrneas, leprosas
Sangue coalhado, espargido nas pétalas
Negra nevrostenia a percorrer as cabalas
Dos estames minguados, sinuosos;
Delírio convulsivo, errante a se prostrar
Nas almas seduzidas por este buquê
Deletério, com novas ramagens a dissimular
A efervescência do caos hediondo e sem porquê
Ó ócio do espírito a arrigar lágrimas através
Dos espinhos projetados para porfiar
As imaginações sidéreas gelando, deleitoso revés,
Constritas por estes malditos caules, a nos manejar
Mouca floração, envolta em asqueroso sudário
Pensas que está mesmo tão oculta;
A desmoronar mundos, como um velho templário?
A Despetalar doridos corações, como um tépido vulto?
Fatigado farfalhar imerso em falso mistério
Volúpia do deslumbramento, clama febril a flama
Para o incêndio derradeiro, assombro gaudério,
Anseia ter o lenho a crepitar; e o poema proclama
O tenro encanto das brumas fumosas
Alentadas por névoas de pólens serpentinos,
A contaminar nossos pulmões meninos,
Que uma vez me despertaram sensações danosas!
By: Bruno
você tem aqui um acervo inusitado das palavras mais sombrias formando os textos mais lindos.
ResponderExcluirperfeito... simplesmente.