quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Canção às árvores de cranberry


De manhã, as árvores de cranberry
São importunadas por mãos indesejadas
E o tremor da folhagem caluniada
Arranha o vento como um estandarte
Denunciando a inocência entorpecida
De todas as árvores frutíferas reconhecidas.

O único momento em que essas tolas árvores
Percebem um pouco da vereda da terra,
Já que a realidade dos homens as erra
De vista e de tato,
Ocorre quando seus frutos são retirados
E colocados nos mercados e nas greenstores

O sol que as lambe nas quentes tardes 
Sabendo que ao passar da primaveril estação
As árvores de cranberry já não lembrarão
Que um dia tiveram frutos, ri covarde
Enquanto elas se porão a romper novamente
O lucro carmesim dos agricultores hostis 
Que sempre ignorarão seus direitos civis
De trabalhadoras sazonais permanentes.

By: Bruno

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