O reflexo da luz é a aura da hora
Condicionada à numeração incerta
Do relógio no pulso da pessoa certa;
O dia se deita e o encontro fica em mora.
O inverno esconde a minha vida
Cheia de eus impacientes
Todos tão hermeticamente cientes
Que a eternidade é uma dívida vencida,
Porque, trêmulo na noite, é o breve alento
Da flama acendida à isqueiro, no intento
De imitar a mortalha do firmamento
Num breve e sórdido momento
Sob a tutela do fogo, empilho meus eus
Imigrados de cantos distintos do meu ente
Esfacelado e fingido de doente,
Barco ébrio navegando aos léus,
Missal de mãos estendidas
Como folhas trementes
A que são tão tementes?
A Deus? Não, Ouroboros,
Medo dos retornos eternos!
By: Bruno
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