terça-feira, 29 de março de 2011

Realidade?

Observo atento
A vista que a janela deforma
Os vidros tocados pelas gotas da chuva distorcem
A pouca realidade que acompanho

Almejo imaginar isto em outro mundo
Como seria cada coisa
Cada pedacinho de realidade perdido
Que é feito de metal e concreto

Persigo a miragem
No cristal azul da paisagem
Aquelas flores não me eram estranhas
Me faziam mal às entranhas

O veneno rosa acalenta meu coração
As penas de minha asa herdam a cólera
Os minutos tornam-se negros
Os ponteiros do relógio derretem
O vidro esfumaça
A pomba esvoaça
Perco minha mente, minha realidade
No grão de incenso que no tempo ondula
Com embriaguez e determinada gula

By: Bruno

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