Tão denso é o ritmo da vida
Que nem percebemos os batimentos
Dessa lépida desmedida
Mouco tempo para tantas cores;
O mero decifrar dos acontecimentos
Nem arrefece o denso ramalhete de dores
Transbordante é o caminho de se ir embora
E o ranço de olhar a não-volta que faço
E constatar a conspiração em que me embaraço
Sei os gestos todos, sei das certas maneiras
Mas não sei se meu próprio cansaço
Pulsaria contra todas estas vagas e faceiras
Formas embevecidas das muitas maldições
Que digo carregar, e que dizem me levar
Sejam elas reais, ou somente invenções...
Bruno Borin
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