quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Embora cair seja a regra do novo mundo...


Me visto de outono
Para colher os estranhos buquês
Que nascem no solo do meu espírito...

Mesmo em estiagem
O choro é o regar;
O chover, o reger 
Da sonhada orquestra

Raízes alastram-se agradecidas
Folhas zombam penduradas
Meneando uma dor
Que nem anjo caído entende

Mesmo em estiagem
A lágrima é o pulsar
E o orvalho, o manchar
Dessa eterna festa

A estalar nos fragmentos 
De meu interior propenso
À intensidades errantes
E à calamidades itinerantes

Ora ermo, ora aurora
Procuro, desarranjado
O que fui outrora...

Bruno Borin

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