Me visto de outono
Para colher os estranhos buquês
Que nascem no solo do meu espírito...
Mesmo em estiagem
O choro é o regar;
O chover, o reger
Da sonhada orquestra
Raízes alastram-se agradecidas
Folhas zombam penduradas
Meneando uma dor
Que nem anjo caído entende
Mesmo em estiagem
A lágrima é o pulsar
E o orvalho, o manchar
Dessa eterna festa
A estalar nos fragmentos
De meu interior propenso
À intensidades errantes
E à calamidades itinerantes
Ora ermo, ora aurora
Procuro, desarranjado
O que fui outrora...
Bruno Borin
Nenhum comentário:
Postar um comentário