Algo existe num dia nublado e de leve vagar;
Algo que me impele a lentamente fustigar
As paisagens e fazer sobrar as ideias,
Seja acalento ou indiferença, a candeia
Responde, inquisitora ao que apenas observo
E mesmo receando velhas imposições, o apego
À palavra me desfaz a escrever, como se um guia
Tivesse, a auxiliar esta complicada travessia
Com a imaginação tão viva quanto a experiência
Invivida, vou a tecer um caminho de reticências...
Pública, como uma névoa a se espalhar
Criativas, as palavras, pela mente a se assentar
Assim faz a Poesia; cerze verdades por desmedidas,
Desponta realidades onde deságua a fantasia,
Compondo das luzes que se derramam
Os silêncios que pausadamente emanam
Das muitas vozes dos homens que, em rotinas
Se prenderam, vestindo-as como opacas cortinas
Fazendo de seu sentir uma sede desenhada
A ser saciada em fontes há muito escassas...
Talvez por minha visão baça, os dias passam
E o cinza fica, a tornar minha alma tão colorida,
Pois no olhar que tanto, tanto procura
Está talvez alguma desconhecida cura...
Desponta realidades onde deságua a fantasia,
Compondo das luzes que se derramam
Os silêncios que pausadamente emanam
Das muitas vozes dos homens que, em rotinas
Se prenderam, vestindo-as como opacas cortinas
Fazendo de seu sentir uma sede desenhada
A ser saciada em fontes há muito escassas...
Talvez por minha visão baça, os dias passam
E o cinza fica, a tornar minha alma tão colorida,
Pois no olhar que tanto, tanto procura
Está talvez alguma desconhecida cura...
Bruno Borin
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