Na malemolência da fibrose cardíaca
Tamborila desde a infância
A rutilante e ininterrupta infâmia
Da alucinação piromaníaca
Imerso na bile de Chronos
Intendo transformar-me em puro carbono
E reinventar a hórrida matéria da vida
Assim, burlar o esquema de minha sina
Quadra a quadra, absorvendo a cifra
Das árvores me consolido povoado.
Mesmo com o sangue doído e escoado;
O enigma implementado entoa como mirra
Advindo dos alicerces do passado
Tingidos de incêndio e neblinas,
Memórias doces e altivas
De invernos em versos fustigados.
E hoje, povoado também de barulhos
Eletrônicos, broslando-me ideias
Longe, longe das antigas falésias
A agitação dos passos afoitos, marulho
Me parecem, quimeras do destino
Que nos porfia caminhos distantemente
Juntos, rabiscando, vaga e dolorosamente
As páginas da vida em desatino
Com o inexato palor das estrelas
Inspirando da luz o esplendor
E da treva o maçante rumor
Atrelado a vagas distrações belas
E passam-se os dias, páginas
Escritas lépidas como máquinas
Com o zumbido da melancolia
A tingir a solitária caligrafia
Aquecendo os fantasmas do futuro
No luxo anacrônico e noturno
Dos sonhos diamantinos e soturnos
Que nos prometem veleidades impuras...
E eu... prometendo a mim mesmo
Voltar à melancolia primitiva;
Desvairado de meus sesmos
Quase privado da inventiva
Fórmula de minhas calamidades,
Perdido das minhas eternidades
Me pergunto, a que subúrbio fui
Internamente, sem ter sido eu que fluí?
By: Bruno
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