Esta noite, por acaso
Tornei a ver meu gato Mingau
Em sua noite venturosa
Passeando com sua sinuosidade graciosa
Dono da rua como sempre
Pulava de muro em muro
Checando todas as casas de seu território
Reconhecendo o cheiro deixado em cada portão
Parando vez em quando para retificar a metragem
De seu espaço eternamente apagado pelas chuvas
Ou para contemplar alguma novidade que o tempo deixara
Presumi que estivesse vivo
E não num sonho ébrio de verão
Só me rendi ao seu desaparecimento
Quando não ouvi miado
Mesmo após termos nos cruzado
Trocando olhares vagarosamente
Então eu aprendi que o sonho acordado
E a morte são iguais:
A noite em que trocamos olhares
E não nos reconhecemos mais.
By: Bruno
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