sábado, 11 de maio de 2013

Minueto eclipsal


A mesma lua lírica
Alma tão serena
Nomeada Selene
Vem com seu virginal palor
Ao encontro do sol líquido
Que paira sem algum calor

Um escaravelho habita o coração da rosa
Rosa difusa, galho ensanguentado
Deixou muitas mãos com feridas escancaradas
Mas não conseguiu endurecer a emoção rançosa
Suas folhas foram libertadas há muito
Não tinham sequer o intuito
De invejar a tenaz efemeridade
Que transparece enfermidade

A mesma lua lírica
Não sabe rezar novena
Carrega Selênio
Em seu ventre carnal
Rochoso desejo do sol líquido
Que paira no horizonte astral

Sorte da rosa ter encontrado seu escaravelho
Sua carapaça sólida o protege do assombro vermelho
Rosa, cuja hora de suas pétalas também chegará
E assim como suas folhas foram embora
O tempo também a levará
Até restar somente a lembrança de outrora
Contudo, a mesma louca lua lírica
Jamais deixará sua fantasia onírica...

By: Bruno

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