O que, um dia eu aguardo?
Revolto em sombras que me guiam
por adentro dos gélidos adendos
das almas vizinhas?
Não oiço flautas e oboés,
os deuses me são mudos
por estas turvas vozes alheias
a gritar o mesmo grito de cansaço
e as mesmas respostas que eu...
Por isto, não erigirei preces
nem altares; seguirei tão torto
quantos às águas do riacho
que me estilhaça quando nele procuro
um reflexo...
Atado aos ideias da beleza;
de surpresa em surpresa,
navegando, mãos e pés
já não sabem mais tatear.
Entre grades inventadas,
figuras em formato de flor
desabrocham nos horizontes
das perspectivas perdidas.
E diante da percepção ausente
soçobram o fôlego e o desejo,
a Candeia latente das emoções
já não cerze um só verso de amor.
Mesmo em mil vidas, perderei
o bulício de Eco, a se desdobrar
em desespero por um olhar
que não posso dar; Por um beijo
que nunca ousei roubar;
ou ao menos cogitar em meu silêncio;
Absorto, em meu caríssimo morrer...
Bruno Borin
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