A Antero de Quental
Em fome de vida, me assemelho
A um antigo Deus esquecido.
Me sentindo um pouco remido
Ao ler através de um lume aceso
Páginas ritualísticas desacreditadas
Há muito, como se nelas procurasse
Uma alternativa a esta mortalha rendada
Que, por suposto muito me entristece.
Mas, preso em secular imaginação,
Os versos me abastecem dessa teia
Incendiária que minha procura ateia,
Em liames de infinito, como contratos
Cujas cláusulas reverberam o mistério
De viver sem um altar ascetério!
Bruno Borin
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