sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

A epístola da Náiade


Que es mi barco mi tesoro,
que es mi dios la libertad,
mi ley, la fuerza y el viento,
mi única patria, la mar.
  Canción del pirata - José de Espronceda

Filha das águas,
Melodia nunca acaba,
Ondeia em luz,
Os versos de Alcaçuz.

Retrato indizível do mar,
Fulgura em acordes e versos;
Tempo suspenso, sem altar
Onde os sentimentos travessos,

Brincando com a nostalgia,
Rimam em nuvem de harmonia
O que do coração transbordou,
Com que do violão se saudou.

Âncora ao oceano, me sinto pirata.
Mesmo sem conhecer a eternidade,
Por sete mares naveguei como acrobata,
Em versos sem alguma castidade.

Na tecitura das estações, digo Adeus
Aos versos que se despedem, 
E das memórias que  impedem
As bandeiras que carrego aos léus!

 Respiro o ar da cidade, mas desejo
As brisas do Oceano das estrofes,
A Atlântida procurada nas odes...
 Só te resta então reprofundar ao Tejo!

Bruno Borin

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