Nas imagens corridas
Nas palavras partidas
Na fumaça que nos lacrimeja
E até nos vitrais de igreja
Está talvez a paz, para quem a deseja
Arrancando do olho um cisco
Na contracapa de um disco
Nas vozes dos corais
E nas notícias dos jornais
Estão as recordações sazonais
Nos casais impregnados
- De amor
Nos olhares fustigados
- Do desolador
Desamparo ou da má sorte
Há este silêncio de além
A volúpia das lassidões;
O pousar da mão
Do torpor da redenção
Nos vultos que revivem o passado
Nas orações que evocam a tradição
Mesmo nos rituais que repelem a maldição
Estão os espasmos de esperança fustigados
As lágrimas dos cansados
Os olhares sem vida dos caídos
O azul do grande sonho indeferido
Fazem dos poucos escolhidos, alucinados
E eu... Nunca vi as nuvens sorrirem
Através de um arco íris luminoso
Por entre os ventos ásperos e impiedosos
Eu... Nunca vi as esperas se serzirem...
By: Bruno
Sempre impactante e revelador, pelo menos pra mim... "Nos vultos que revivem o passado". E revivem sempre... Parece que nunca irá parar, um dia, quem sabe, isso acontece.
ResponderExcluirLindo, Bruno!
Beijos
Nos versos, nas lágrimas, no passado que insiste em ser presente, nas dores que se recusam a cicatrizar...
ResponderExcluirEu também nunca vi nuvens sorrirem, mas tenho uma fé que me cega e me empurra sempre adiante.
Um beijo doce da tua amiga e fã.