sábado, 26 de maio de 2012

A ironia


Desce do céu uma luz em solene despedida
Quem desce daquele céu opaco?
Que míope luz corrompe tais córneas sonolentas?
A face ardente dos sóis  aéreos põe-se a perquerir!

Quem cuja estrela anatematizou o enigma do bem e do mal?
Quem cuja onipotência perdeu a validade e tornou-se nada?
Aquele que ensinou o Don Juanismo conheceu por si próprio
As raízes infames da árvore da ciência e do que tal vegetal se nutre

São negros os olhos, tal como o outono do pensamento
Tão languentes os lábios quanto são sensuais os versos do Bocage
E por fim: intelecto tão desconhecido quanto o panteísmo eslavo!

Nos obrigando a versar sob o tempo impiedoso o conceito de vida
Concluimos que singular é a morte que só surgue quietamente uma vez!

E quem desce do céu em solene despedida?
A eternidade, dia após dia, aborrecida pela ironia!

By: Bruno

2 comentários:

  1. "São negros os olhos, tal como o outono do pensamento"

    Gosti. *-*

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  2. Seus versos me trouxeram reflexão, posso ver e sentir que há bem mais e um universo infinito nas suas entrelinhas. Gosto muito disso quando leio algum poema, talvez ir além das palavras! Muito bom! *___*

    Abraços. Boa Noite!

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