O clarão das lâmpadas me observa com sarcasmo
As fantasias derramam o seu frouxo encantamento
Mais uma vez, repuxando o tépido pensamento
E em breve as canções de verão me trarão o marasmo
As estrelas propiciam o ritmo certo para o vício
Que floresce no coração, fazendo sonhar a eternidade
Mas esta insânia me cansa, não passa de uma enfermidade
Irritante que persiste distorcendo o solstício
Os intemperismos derramam vida sobre as Hydrangeas dengosas
Deixando seus espíritos mornos com tanta bondade
Por mais que eu as observe, jamais conseguirei imitar sua simplicidade
Enquanto as gotas escorrem em meu rosto sorvendo langorosas
E o sorriso daquelas flores entontece
Seus perfumes mistos nutrem o ambiente que estremece
Ao canto do violino airado, enquanto:
O cansaço que se apodera do meu comportamento
Reflete a palidez e a indolência das minhas feridas
Na alma minha, avessa e de frontes emudecidas
Moldando em mim um sudário virulento
A vertigem que os dançarinos daquela valsa produzem
Transtorna nossas vértebras que meramente assistem
O garbo singular da desenvoltura da vida humana
A realidade é um grande sonho banhado pelo sol
Entremeado de alusões que as mentes ostentam gloriosas
A realidade é um fascínio suspiroso e pintado de cores artificiosas
Que eu nunca entenderei!
By: Bruno
Nós poetas nunca entenderemos a realidade assim como muitos outros mais antigos que nós em seus versos mostraram não compreender por serem sempre inconformados, e é o que seremos até o fim de nossos dias, inconformados com a vida, é o nosso destino, enquanto houver inconformação haverá certamente o espasmo de poesia. Muito bom poema, gostei bastante poeta,
ResponderExcluirum cordial abraço le Borin!!