A aurora se fez toda grafite
Esperando a pátina noturna acomodar-se
Cobrindo a luz que o sol alucinado emite
No meio de um cristal de ecos a partir-se
Goteja nas feridas que palpitam
Puras lágrimas ao passo
Que as pétalas de corrupção habitam
Frios e cálidos estilhaços
A virtude é deturpada com sonhos de grandeza
Dorme no homem o silêncio do tempo nos parques
O frêmito no espaço e tempo se perde nos charques
É incorruptível este prenúncio de indelicadeza
A cor das folhas é uma vez esquecida
Sua autenticidade foi íntima
Substituída por concreto que desestima
Anestesiando o fluir das águas indefinidas
O silêncio, do contrário
Petrifica e oculta esta névoa mnemônica
Piares e entoares, composições antes orfeônicas
Subtraem-se do ambiente e do vocabulário
Até mesmo o som das águas é aquietado
Odiavelmente por sons das cidades
Por violências e atrocidades
Antropologicamente arquitetados
Porfiando maldições funéreas ao planeta
Descritas aqui nesta papeleta
Remexida pela putrefação do dia
Até o fim desta grande acefalia!
By: Bruno
Um poema fortemente expressivo na pintura das palavras e dos versos, muito bom poeta!!
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