quinta-feira, 16 de junho de 2011

Ebriedade

Ao poeta dá-se um único saber
Um pouco de romance e um licor
E inventa amores e se acanha em dor
Às linhas e métricas, as letras põem-se a corroer

Aplaudo com um entusiasmo suicida
A eternidade que a morte tanto odeia
Consome a carne mas a arte se repoltreia
Ao quanto originais somos em vida

Ao poeta dá-se um único saber
Acolher as dores n'alma e escrever
Sem sentir-se combalido
Ao falatório alheio investido

Para a morte dá-se a carne
O fígado cirrótico embutido
E para Deus dá a alma quem quer, benzido
O Diabo, já este recolhe como pode, o descarte!

By: Bruno

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