terça-feira, 29 de julho de 2014

Anástrofe


Por querer entender tudo por vocábulos,
Esqueci do marulho violento dos silêncios;
Por querer brincar sempre com arábicos,
Perdi a conta dos rumos numéricos

Que habitam em todos os cálculos,
Em todas as escanções, as marolas;
Partidas canções, são escolas
Ignoradas pelos ígneos âmbitos

Do deciframento, empilhamento
Vão das minhas utilezas, 
Desconhecidas sutilezas, 
Do maroto temperamento,

Meu gradual aniquilamento, 
Sórdido escoamento 
Das virtudes, um sacramento
E eu nem mais entendo

As abrasivas virtudes que colorem
As minhas almas quebrantadas,
Por nódoas que percorrem 
Meus corredores de significados 

Aviltadas pela possibilidade manchada
De um entendimento que foge de mim
Procurando à mil léguas o urdido estopim
Da contradição mais mascarada.

By: Bruno

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