segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Poética


Perdi meus passados acontecimentos,
Ao chão joguei meus grandes temas,
Ao descartar todos os meus dilemas
Percebi viver remendando meus pensamentos

Abdicar aos porquês e adentar no centro do real
É aventura criada, meu puro alimento
Onde movente, tudo se cria e, me invento:
De ofício, a sintaxe acolhe minha gênese virtual

Em todos os poemas, a hora passa igual, entrelaçada
Entre o visível e o invisível
Fonte abstrata da minha paisagem, sina aguada
Onde fanal não é somente o risível

Minha vida: problema sinestésico da Linguagem
Vê na eplepsia das sombras das árvores
Todas as possibilidades dilacerantes dos amores
E nos trópicos dos sonhos, a ébria dança da miragem

Me sopra os códigos e os clamores dessa arquitetura
De som e signo que içada nos silêncios da essência
Se faz vida, se faz universo, na medida da ranhura
De vossa unha no quadro negro da existência.

Como conclusão;
Na eternidade do presente,
Mordido pelo dente do tempo
Me fabrico numa folha branca.

By: Bruno

Um comentário:

  1. Como conclusão;
    Na eternidade do presente,
    Mordido pelo dente do tempo
    Me fabrico numa folha branca.

    Brilhante!!!!!!!

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