Mesmo que o céu e a Terra troquem de lugar
Eu sentirei as formas tão suaves quanto agora
A incerteza sempre me agarra como o luar
Agarra firmemente uma pequena amora
Manchando suas puras mãos com o licor ideal
Sem nunca poder escapar, sem rendição
Mas como as velas de um castiçal
Que embora aprisionadas, incendeiam-se com perfeição
Nas mais vastas e profundas claridades
Eu procuro minha destruição em suas mãos
Mesmo sua inexistência compondo minha fragilidade
Foge ao insípido olhar, as falhas dos respingos da chuva
Desenhando dezenas de espirais nos recantos dos olhares
Escondendo a eternidade em inconfiáveis altares
Ainda não sei extrair do verão o pesadelo previsto
Embora sempre consiga, em vão, extrair o amor imprevisto
Do cotidiano moroso e por vezes inconveniente
Mas com um horizonte brilhante certamente conivente
E então, que vejo o céu nublar-se tenebroso mas fantástico
Despencando sem cuidado seus ventos nas telhas resistentes
Mas ao mesmo tempo sussurando baixinho porém estático:
"-O amor, aquele que vos arrebata em gotas, jamais estará dormente!"
By: Bruno
Nenhum comentário:
Postar um comentário