Arrastado por grandes clarões lúcidos, desgastado
Acabo me tornando, de tanto vagar pela imunda cidade
Solitariamente sem cantos, ventos, apenas a crua mocidade
Sem nunca esbarrar em algum paraíso perfumado
E os encantos furtivos dos amores primeiros
Brilhando como uma pequena opala
Encontrada por um pobre canoeiro
Que tenta com as mãos em concha aprisioná-la
Se mostram tão fugidios quanto o vasto mar
A ser pintado por fraquejantes pinceladas
Assombros de mãos esforçadas e calejadas
Na vã tentativa de suprimir o desejo do ar
De adentrar nos pulmões arfantes
Retirando a vencida asfixia
Amornando o espírito ardente
Este a pensar que engole o tempo
Enquanto o tempo é que engole
Sua diminuta vida com um véu cinzento.
By: Bruno
Sem palavras, Bruno!
ResponderExcluirSuas obras lembram Rimbaud, Baudelaire, Verlaine, gostei muito de seu estilo e de suas mensagens.
Blog de qualidade!
Grande abraço e sucesso!