Essa vida touchscreen vai nos conduzindo
- Seres de toques, tudo na ponta dos dedos
Livros, jogos, pessoas e até mesmo os medos,
Estes tantos affairs modernos nos reduzindo...
A magia do apego a si, às coisas e às pessoas,
É a mesma do desapego a si, às coisas e às pessoas;
Entre as vidas florescem as indiferenças enumeradas
Como a mais pura das espúrias, virtudes plantadas
Das lívidas memórias, amor, passado e futuro, tudo
É o mesmo no conceito, a vida das telas, contagiosa
Tão vívida, se esboroa no menor delete, prodigiosa
No mais descabido aceite, e a total potência do mudo!
Tantas doces faces, cada uma mais singular e única,
Todas pensando serem singulares e únicas
E ninguém disposto a vestir a umbrosa túnica
Do espectroso silêncio a contemplar severo olvido.
Meu coração já não conta quantos altares
Para nenhum devoto, tantos deuses enaltecidos.
Quando voltarão a ser meros fiéis ao real nenhures,
E se comportar como os eternos esmaecidos?
Bruno Borin
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