Que constelações busco eu, no céu do meu devaneio?
Que intempéries chovo eu no horizonte da minha vida?
Se nas siderações em que perco meus rostos, não há enleio
E as nublações não forem mais do que a remessa prometida
Das lágrimas que não consigo guardar por meramente,
Delas escoar os bramidos de uma resistência vencida;
Que ao se manter, pródiga, consome tudo o que sente,
E ao se confrontar, encontra a alma adornadamente arrefecida?
Embora não mais saiba onde estão as românticas alvoradas
Os meus sóis, ao arderem em flavas flamas, demonstram-me
Caminhos remansosos como o curso de fantásticos orbes
A rumar por calmas feições, no esboroar das velhas queimadas
Deixam-me à deriva das próprias florações, paisagens
Tão finitas quanto a própria brevidade do sentir,
Até que o urgir do real decisivo, e seu pesado pungir
Exigir de mim o farfalhar da troca das obtusas folhagens
Demandando um cruzar além dos interiores oceanos,
Fronteiras proibidas, conciliadas com as novas ramagens...
Bruno Borin
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