sexta-feira, 13 de junho de 2014

Sombras


Sombras, duplicatas
Existências em segundo plano
Dos Eus piratas

A comandar o navio 
Da vida, alternando o meridiano
Deste mar vadio

Que dança e se lança
Aos desafios do cotidiano
E se desfaz em lembrança

Rito antigo, fogueira pagã
Do verso, da prosa, da rosa
Que brota invita, na vida afã

Se der em nada, do abismo
Os deuses se entreolham
E se livram do leviano rabisco

E se mesmo no parco passo
Retorno houver, Infausto caminho
Brotará do provimento lasso

Das inspirações, numes entrepostos
De intervenções incógnitas
Desses deuses ignominiosamente depostos

As vidas em razão das sombras,
Navegam, perpassam pórticos reclusos
Mas infecundas não são, alfombras

Lavradas pelos sentires, multíssonos
- Oiça tu, bem, qual deves seguir 
E apaziguarás o sofrer horríssono!

By: Bruno

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