"Afinal, a melhor maneira de viajar é sentir
Sentir tudo de todas as maneiras
Sentir tudo excessivamente"
- Alberto Caeiro.
Quando olhei para mim, não me percebi,
Minhas sensações se misturavam às da máquina
E, eu que achava que conduzia, de forma tácita
Deixei de condizer com a carne que minha, senti
Meus passos agora elípticos, em união sonora,
Com a rotação da Terra, giravam alma afora
Sublimando o pesar das horas, jogadas em meus braços
Maquinando a futura introjeção destes novos laços
O céu tingia a mecanicidade de meus movimentos
Com respingos de um choro que não era meu
Enquanto explodia em mim, a flama libertária de Proteu
E nas ruas ecoava os meus sentires espalhados em fragmentos
Das ações que por tanto tempo recusei a pertencê-las
E que me dariam a mesma face que muitos vestem
A visitar os abismos cálidos aos quais a liberdade nos remetem
Sublimando-os pelas luzes mecânicas, ao simplesmente sê-las
Duplicando o real em uma alucinação extremamente nítida
Na forma retilínea deste estranho alento,
Em seu completo e singular excesso físico:
- O mais estridente dos meus intentos,
Regulado pelos ruídos confusos de todas as significações
Atiçando todas as múltiplas lacerações
Do meu corpo transtornado e dinâmico
Que, ao comportar todo este novo ânimo
Descobre-se mais perto das forças confusas do infinito.
By: Bruno
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