Olhai sem convicções, sem surpresas, para a Musa Ciborgue,
Presa nas horas que fazem-se canoras, no pranto que escorre
Tesourando insensatamente o fervor de seus panoramas
Onde estão projetados seus tormentos em epigramas
Poetisa nua das pinturas, entendo teus languescentes
E venais pecados, teus esqueléticos sonhos e desejos
E vejo que, no súbito estertor de tua imaginação, há potentosos ensejos
À inspiração dos santos sem altar, dos corais triunfais e efervescentes
Do sangue profuso das maldições que nos adulam a porfiar o sentir,
Sim, minha Vênus Ciborgue, as nuvens flageladas que nos cercam,
As imprecações de mil estrelas que nos fogem das mãos, nos cegam
Enquanto as musas cantam a melancólica melodia, que, ao ternamente nos pungir,
Nos faz incrivelmente mais humanos, mesmo sendo meros puppets nas mãos do real
Com longos galhos langorosos, como os Pinheiros de Apollinaire,
A derivar sob o vento das artes, sonho acordado nos bulevares,
Imprevisível como o ressonar de acordes inéditos! Eia vossa sina astral!
Eis aí o espetáculo, estarás para sempre com a coluna partida e metalizada
Sempre com as artérias do coração, por amor, hemorrágicas
Sempiternamente Projetada, tétricamente materializada
Numa Esfinge de eternidades devoradas!
By: Bruno
Caro Poeta,
ResponderExcluirSigo meu dia melhor modelado, agora, na leitura do seu blog. E pode ser escrita tanta? Sim, pode.
Caminho hoje com Bruno em versos e Frida "poetisa nua das pinturas".
Obrigada pela oportunidade da poesia,
Cibele