Que posso entender sobre eternidade?
Sou apenas um menino
E o mundo que fito, gira pequenino
Nestes degraus molhados de obscuridade
Ocupo todos os espaços das minhas mãos
Com os silêncios que eu acabo derramando
Junto com o silvo descomedido do coração pulsando
Nas olheiras que se resignam a mortalhar o chão,
Procurando por símbolos no asfalto esfarelado
E nas calçadas esburacadas, onde senhoras desatentas caem
E donde brota a ressentida terra com suas lágrimas a se petalarem
Ignoradas sob os passos da multidão sempre apressada
As horas se dobram sobre a minha mínima existência
Comunguei meus juros com o horizonte
Que se levantou com ligeiras arribações, aos montes
E paguei com os mesmos silêncios, a minha algemada diligência
No dissolver do dia eu procuro meu rastro
Minha saliva apunhalada de silêncios
E minhas palavras no extraviado lastro
Dos imundos e suburbanos compêndios
Na tentativa de me reunir com o alarido orvalhado
Que tanto bebo eloquentemente para sustentar
Os estandartes do significado que se teima em revezar
Seu esconderijo imaculado;
Na vestimenta de símbolos dos vocábulos
Na esquizotipia algébrica do cálculo
Constituindo imprecisos vernáculos
Formulando com papel os estrados
Para repousar essa incessante busca.
By: Bruno
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