Garatujando silhuetas agradáveis, me detenho
Sonhando com um inverno embevecido
Com a sua presença, sob o cenho
Da efemeridade que nos envolve
Como a chuva que risca a paisagem
Escondendo a claridade da folhagem
E do sentimento que nos percorre
Ao passo que o outono se afasta
E o luar escondido banha
A treva que o neblina
Com o calor do desejo contrasta
Corações que fragilmente oscilam
Como uma escadaria de Jade
Emanando dentro da óssea grade
Pulsões que se unem e se descompassam
Nossos lábios unidos, sob a amplitude do céu
Atuam como um delicado arpéu
Fisgando a infinitude dos segundos
Removendo a solidão do meu mundo
Embora, o embaçamento da saudade
Dos tempos que hão de vir
Faz questão de omitir
Ao meu coração apaixonado
Do destino a maldade
Que quer apressado
Me devolver ao spleen
Como as pétalas de jasmim
Que, transmitido o seu legado
Caem como se derramadas
Quando este outono se desfizer em pedaços
Bem pequenos, diante dos nossos olhos
Como pesadas faíscas de estanho
Quero estar enlaçado em seu doce abraço
Até que o dia amanheça
Sob os cheiros da noite anterior
E quietamente transpareça
A gélida brisa e um novo frescor
Panorama não há, nem moldura
Que possa conter esse misterioso encanto
O esboço destes versos te confessam uma jura
Quero dizer-te ao ouvido: Te amo tanto!
By: Bruno
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