Atenciosamente lendo algo que não consegui identificar, delicados olhos escondidos formaram aos poucos uma incógnita em minha alma. Um par de lentes escuras e uma gentil voz que cedeu o lugar me foram certamente um tanto afáveis. Na primeira oportunidade, sentou-se de novo e suas pequenas mãos que remexiam no livro eram seguidas por braços pelos quais apenas um era banhado por uma tatuagem que o rodeava todo, dotando-o de uma monocromática que enchia meus olhos. Rapidamente considerei esta mais uma de poucas visões realmente agradáveis desta monotonia e tédio. Preciso urgentemente refiná-la até se tornar um efêmero retrato e assim arquivá-lo na memória. Do contrário apenas se tornaria mais um abrasivo lamurio, desses que nos corrompem e nos partem em saudade, nos obrigando a sermos eternos pedintes destas e daquelas presenças que somem em multidões, jamais retornando para o alcance dos nossos sonhos...
By: Bruno: Visões do metrô.
Nenhum comentário:
Postar um comentário