Nos sinos do campanário,
Sepulto resta o horário
Enquanto o estribilho,
Dualiza seu vago brilho
Entre o carinho da rima
E o bradar da dualidade;
Entre ferida e vindima,
Quando ambos, mocidade
Representam, nas distâncias
E nas aproximações, sejam
Puras ou sujas, não referenciam
Mais à escansão, onde revelam
As verves que as impulsionam;
Impossível declarar quão razo
Pode-se mergulhar, quando alavancam
Os dramas para o escândalo...
Assim abstrato, como as mutações
Do sonho, e de tudo aquilo
Que não combina com esquilo.
Já que pelo ou pluma, são abjeções
Impedidas de derreter, como os poetas
Ou os admirados icebergs
Que emergem sem qualquer albergue,
Que abrigasse a tantos planetas
Dissolvidos neste viver sem plano,
Nesta lide sem conciliação,
Já que insepulta, a paixão
Perdura como um ritual profano
Necessário para manter-se
Nesta era dos prazeres mundanos,
Como o império Otomano
Sigamos, então, enterrando o perder-se
Nas culturas do Outro até juntar
Tantos deuses que, sem contar
Mil novenas, já livres a profanar,
Juntam mais de mil altares a rezar
Sem nunca culto proclamar;
Sem ritual próprio ou reza,
O clamor certamente medra,
Nas mesas, nas cervejas a brindar!
Bruno Borin
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