A salvo dentro do meu maquinário
Olho inconsolável a um horror descomedido
Que esmaga a tricúspide, pasmado ou arrependido
Não sei qual reação escolher, neste encantado cenário
Aquilo apresenta-se com uma rudeza voluptosa
Galgando o chão, a arrastar e comprimir
As trevas mais hediondas prontas a emergir
Deste debochado holocausto de forma tão horrorosa
Estratégicamente posicionado nos portões do cemitério
A penosa agonia da carne putrefata e viscosa
Banhando alma por alma de forma tão enojosa
Alastra o império negro sem critério
Ao léu do vento as feitiçarias seguem provocando
Atiçando vorazmente as almas vivas, sob o túrgido olhar, admirando
A pureza de Balder* presente na mocidade lânguida
Até as límpidas estrelas assombram-se
O mal que se farta é tamanho para pouco cemitério
As aranhas sonolentas também apiedam-se
Imaginem o susto do coveiro, a surpresa do lixeiro
Ao encontrar tal situação inusitada
Quantas ave-marias, quantas novenas não rezarão estes não feiticeiros?
*Balder - Deusa da mitologia nórdica, filha de Odin e Frigga, portadora de grande pureza e bondade.
By: Bruno
Juro que é uma cena verídica, curiosamente colocada lá uma carcaça com grandes ossos, na porta do cemitério do meu bairro...
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