segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Demonic chatroom

Sob o ponteiro negro do relógio
Há duas almas conversando
suas auras entrelaçam-se de ódio
e de um sentimento belo
O que é tão belo pode ser tão sujo
Para um a morte lhe concedeu uma subsistência
amorfa
E para outro nada além da sombra do abismo
Mesmo opostas se comportam de forma amigável
Esses seres sem emoção
não derramam coisas como lágrimas
Mas sabem que suas trajetórias são trágicas
A solidão as abraça
Enquanto tento descrevê-las tão solenemente
Tento mostrar-lhes em vão alguma honra
Mas só enxergam morte
Os raios de sol causam-lhes repetidas vertigens
Corrompem o silêncio com suas vozes distorcidas
Uma conversação tão efêmera que chega a ser
transparente
Mesmo minha imaginação sinestésica
Não pode criar alegria alguma
Essas almas não são nada além da personificação dos
meus piores temores
Surgiram quando abandonei minhas asas
E molhei meu coração na languidez deste mundo
Não há luz para mim
Sinto que em breve
Serei envolvido por seus longos e nefastos braços
E dominado por uma alienação síncope
Alimentarei-me da insanidade que eles cultivaram
Por longos anos selados em um lapso atemporal
Agora ressurgem tornando-me ébrio
Seus argumentos eram uma indefinida trama
e o alvo é minha alma e minha mente
Meus olhos não ocultam mais o meu desespero
Nem o amparo da morte há de querer mais uma alma
morba como a minha
Então, sem escolhas
faço parte do plexo desse mundo
Preso no sistema dos humanos.

By: Bruno

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