quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Cemitério de poemas

Por onde passo
vejo o vago
como algo inexaurível
como algo tão industrioso
pode estar neste lugar descartado?

Há vultos inexatos que
vagam inéptos
por essa vastidão indelével
olho para suas faces
me desaponto;
não havia rostos
só um vazio
por onde a ignorância flui inexorável
porém sem contaminar o meu ser

A cada paisagem desta indígna terra
pedacinhos de papéis voam e pousam
cíclicamente, inesgotáveis
pouso minha mão em um deles
e nada se pode extrair dele
inelegível, sincrético

Meu andar sincroniza cada vez mais
com o andar daqueles vultos síncopes
seus sibilos soam como lamúrios incoerentes

Percebo que todos e tudo
inclusive eu caminhamos para o desconhecido
vazio, morbo, obliterando
aos poucos
Não há ob-rogações, um fim múltiplo
nutrindo a ignorância absolutista obituária
da mente...

By: Bruno

2 comentários:

  1. uauuuuu.
    Me encantei com a beleza e a magnetude de seu vocabulário. Palavras escolhidas a dedo, num lastro rico e impalpável. Lindo... a linguagem que flui de seu poema encanta, envolve...
    Adorei
    Parabéns

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  2. Concordo com a Marcela, palavras escolhidas a dedo. Muito bom..

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