terça-feira, 8 de outubro de 2024

A última balada do homem carinhoso

 


Alma minha gentil, que te partiste

Tão cedo desta vida descontente,

Repousa lá no Céu eternamente

E viva eu cá na terra sempre triste.

- Luis de Camões


Havia um doce e charmoso moço

D'um carinho sedutor singular;

Com pungente aroma de carburador

Adornava-se, e ia muito vadiar

Nos telhados, ostentando impudor

Miava alto, pleno de gracejos, esse moço!

Gatinho tirado para a indolência

Vivi tudo da forma que quis,

Até acusado fui do que não fiz

Miei forte quando carinho pedi

Sempre fiel a minha doce essência

Porém o tempo bradou o meu nome

E nos braços da Deusa, fui conhecer

A árvore da vida e a origem do cosmos.


Bruno Borin Boccia

Em memória de Paulinho