sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Seus olhos....

Herdo de um profano sentimento
O desejo por olhos azuis
Estes que só podem contentar-me
Alimentam um fulgor estranho e etéreo
Mas são sentimentos irrisórios perante a eternidade
De um momento verdadeiro
Modestamente acho uma mentira
Não confio em nada a não ser meu extinto
Por olhos que sejam extremamente azuis
Pois me lembram um passado cheio de ternuras irreais
Mesmo assim... ternuras
Ignaro eu sou perante outras cores senão azul
Para olhos, é só o que importa
Olhos dominam, olhos contam
E eu ébrio, acredito em tudo, o que transmitem
Idiotismo? Não! Crença!
Óh suave odor idílico de sua pele
Me deixas tão vunerável
Me contamine com o alegre veneno da inocência
Algo que como ser da noite, nunca a tive
A aranha do sótão, vive de insetos que caça
Enquanto eu, vivo dos olhos que cativo
Olhos eternos
Olhos que fazem-se em versos redundandes
São o sol desfeito
São os imensos mares unidos
Capturam minha alma
E implantam nela laços de chamas negras
O meu suplício é sua obrigação de cativar-me
Não hei de evadir-me
Conheço e admiro um por um dos efeitos
De seus olhos sobre mim!

By: Bruno

Um comentário:

  1. Desejo por olhos azuis, desejo pelo mar, por um céu mais limpo, por fuga, desejo por versos, o que o desejo e os próprios olhos mais pode querer? Que a poesia transcenda isso plenamente no ato confessional. Cada vez mais lembra-me Rimbaud nos teus versos rsrs

    Um abraço, Luiz.

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