Ah saudoso Jaguaribe, Rio de minha vida
Águas imaginárias em que nadei...
Águas em que correm a força de Tupã
O sangue do trovão sem tempestade!
Queria ver-te mais uma vez cirandando,
Sem o progresso da civilização
Arco e flecha sem rumo de morte
A pureza livre de um verso inocente!
Dançam nas cordas o hiato das eras
Yamandú catequizado reza o terço
Empurrando as nuvens do céu
Para dar sol às tíbías Caapongas
Botões de cura em tempos negros...
Mistérios da língua Tupi, caraguatá
Para quem sabe da chaga e do luto,
Mitos que morrem entre balas e anúncios
Mata derrubada, Adeus Poti...
Iracema é morta!
Rubra cor pinta as margens
Do saudoso Jaguaribe...
Bruno Borin