Vestido de ecos, sonho acordado,
Com olhos cor de horizonte bravio;
Um azul que desponta do macio,
Das nuvens que me mantém agarrado:
Era ao entardecer de um pensamento
Quando a vaga figura cristalina,
Surgiu, murmurando emoções ao alento
Criando uma expectativa repentina:
Essa minha ingênua natureza,
De sugar das essências da beleza,
Suas diluentes espiritualidades,
Para compor lágrimas de saudade:
No mais profundo borbulhar latente,
De um neblinamento sulfuroso,
Do coração que feliz e triste sente,
Um temperamento chuvoso!
Um tórrido romance de fantasia
A brilhar num futuro sem conquista
Olhares e risadas, a trocar versos
De amor inato e sem antinomias!
Mais um belo recorte tirado
Das páginas secretas da vida
Rascunho revirado, remontado
Composto de letras perdidas
Onde futuros não anoitecem
Corações palpitam em beijos
E mundos se cruzam sem eixo.
Ecos não tem retorno: - Assim,
Acordo, quando muito me mexo...
Bruno Borin