Como pulsa esse eterno desalento
De ser a vida tão breve momento:
Nau a navegar em infindos oceanos,
Sem lugar para pousar os ânimos.
Tempestuoso céu, asas feridas;
Minhas lágrimas são o que resta
Das cores que o futuro m'empresta,
Ao sonhar de mãos tão erguidas.
Saudade é vestígio de bonança
Em um horizonte iridescente
A bradar terras que a vista alcança;
Terras a povoar com lampejos
De luzente amor e cadente desejo
Até esquecer a dolente incerteza.
Bruno Borin