Lua de sangue
Na sagração dos lampejos rubis
Os deuses apócrifos dançam
Na fronte baça, coroada de gris
Das essências que os perpassam
Na pungência do infinito vestido
De geometrias estranhas, à matéria,
Estes obductos seres, são vertidos,
Iluminando de escuridão a romaria
E nestes raros, mas sinfônicos ocasos
Deleitam-se em ritos, as figuras humanas
Como em deliquiosos, mas áureos Parnasos
A harmonia das correntes sanguíneas
Canta sonhos de místicas hosanas
No ascetismo velário desta hora ígnea.
Bruno Borin