A sombra que tenta imitar a postura caprosa do reino caído
Não tem a inconstância do firmamento atmosférico da ionosfera
Mesmo assim, como mão que com seus dedos lentamente se apodera
O vulto vicioso dos pecados quer me enterrar no solo carcomido
Os meus olhos a pousar de soslaio nas coisas terrenas só remetem à inerente tristeza
Nos sonhos que cavalgam com os pássaros por um campo de fresco gramado
Logo tomam a ígnea forma da desesperança ao defrontar-se com o descamado
Epitélio da realidade concomitente com reverências e despedidas sem belezas...
Então eu espero o sangue de Cristo secar da boca de seus servos
Para que eu não sinta o ulular rubro daquele sangue exorcizante
Que em meu coração dança como velhos e lascivos amantes
Ah como ultimamente tem me doído bastante a central do nervo!
Eis que foge o meu coração do mundo terreno, procurando mesmo esgotado
Uma voz vivaz o bastante para aguentar o espetáculo das bruxuleantes
Biwas tecendo calmos sons sobre o cair das pétalas de uma assombrada
Cerejeira e sua personificação cambaleante...
Ah sinistra demência, queria a paz que tu proporcionas
Com o olhar experimental e daninho, afastando toda a penosa realidade
Vertendo todo o castigo dos crimes incomensuráveis em inimputabilidade...
Porque os sonhos que caem sobre minhas pálpebras fechadas sempre se relacionam
Com a ebriedade latente das camadas mais espessas de loucuras dos infames astros
E com o efeito placebo deles, me envolvo numa espécie de eplastro
Afim de tentar açaimar os gritos imundos, dolorosos e sem rastros
Do meu desespero.
By: Bruno