O prisma das asas das Drosófilas
Refletem os meristemas dos sôfregos
Sonhos que preenchidos de ideais cegos
Prendem-se a um ciclo de vontades necrófilas
Sem jamais encontrar sua eclosão
Forram o chão de distrações compulsivas
E desmancham com as pisadelas efusivas
Como moscas, atraídos pelo nefasto lampião;
Juntando-se ao fado da triste poeira que habita
O mesmo chão, eterno lamurioso, alvo do eterno tormento
Testemunha dos imortais mistérios, mas sem argumento
Para provar que viu quedas, viu o caminhar dos sonhados eremitas
Sem nunca ter palavras para expressar esse intangível,
A estranha música que percorre os ouvidos do universo
Mística cadência rítimica a escorrer por entre os dedos de um verso;
Nele também ocorrem as telúricas cerimônias inexprimíveis!
Tocando os céus com seus relevos cordilheirais
Cansado da voz dos ventos, coitado! Não tem asas para sentir
A natural entoada das tempestades serpentinas, ou o próprio vento bramir
Sua voz tenórica como a dos oceanos, que o tocam com seus mantos colossais
Porém tua alma turva, tua grande alma natural
Por mais que foste semeada com pranto carnal
O pranto de sangue do fastigioso punhal
Não foste feito, meu querido chão, para apreciar a boreal
Certeza das planícies fecundas e verdes, gritadas e cheias de leite
Das marmotas ao pleno palpitar de seus corações, ao deleite
Dos delírios do universal espírito, do qual emana, tenebrosa paz
Criando assim, como se testemunhou, sombra e luz infinita
Sendo que, constatado, a luz caiu, orgulhosa e inaudita
Caiu e o alvo foi tu! E ninguém se ocupou com a calamidade que caiu e feriu-te fugaz!
Ó semeador de passos, de nós plantas e de tocas para as pequenas vidas,
Presente em todos os mundos! Ó eterna lei da inquietação mundana!
– Como o entendo, quando por força do homem, cai uma árvore soberana!
Imagina o quão perdida é, desde um broto até a alta copa, tal solene ida...
– Eis a opinião das árvores centenárias, sobre o chão que habitam...
By: Bruno